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Sexta-feira, Março 14, 2025

Vitória: no rescaldo de uma (grande) noite europeia

Economia

O estádio do “Rei D. Afonso Henriques”, como os repórteres das rádios andaluzes não deixavam de entoar nos seus relatos estridentes, a partir da cabine de imprensa, viveu, uma grande noite europeia, ontem, 13 de Março.

Com as bancadas cheias e ocupadas por 28 994 espectadores dos quais cerca de 1700 vieram de Sevilha, proporcionaram um frenesim completamente desportivo do qual não resultaram antagonismos clubísticos que estragassem a fruição do espectáculo.

De facto, este recorde de assistentes em competições – domésticas ou internacionais – realça um crescimento do clube e o agitar – e agigantar – de uma bandeira do Vitória, que se espalhou pela Europa do futebol, na mais singela das competições de clubes da UEFA.

A Conference League já não é uma competição qualquer, entre pequeninos e pobrezinhos do futebol europeu – mas uma competição que se impôs pela sua competitividade e pela presença de clubes – grandes e pequenos – de cada país futebolístico que ficam, de fora e por razões desportivas apenas – das provas maiores como a Liga Europa ou a Liga dos Campeões.

É até a melhor competição para o estado actual do Vitória – a viver um período sobrecarregado por défices sucessivos – e excessivos – que lhe tolhem ambições, estado que alguns tendem a esquecer -; e onde o Vitória participou pela primeira vez, depois de entradas directas na Liga Europa – onde começou a sua participação europeia na época de 1968/69.

Este dia – 13 de Março – será lembrado por isso e por representar o fim de uma época europeia, de sucesso desportivo que colocou o Vitória na primeira página do futebol europeu.

Ontem acabou uma etapa – de 14 jogos, o máximo alguma vez participado por uma equipa vitoriana, abrilhantada por 13 jogos invictos e apenas uma única derrota – fatídica e esperada – que não deixou o clube de ir mais longe. E que foi aceite com naturalidade pelos adeptos vitorianos, sempre ávidos de mais conquistas.

O treinador (Luís Freire) de 39 anos tem desenvolvido um bom trabalho em Guimarães. © Vitória SC

Era o desfecho esperado – apesar da ilusão criada pelo empate (2-2) de Sevilha da primeira mão – depois de uma maratona que poucos adivinhavam fosse possível.

A presença de jornalistas – na bancada- e de repórteres de imagem – no relvado – era também um sinal de que esta noite era a maior de todas as noites europeias – com excepção das vividas ao nível de outras competições, de selecção, como no Euro 2004.

Antes do jogo, já a cidade fervilhava com a presença de adeptos do Real Betis – bem acolhidos no centro histórico, uma hospitalidade que se deve repetir porque o futebol só é uma guerra nos relvados – e que alguns “intrusos” quiseram estragar.

A PSP não apenas cumpriu o seu papel funcional de segurança da cidade e das pessoas mas adequou os seus comportamentos às necessidades de prever e preservar a boa vivência pública, acorrendo atempadamente a não deixar encrudescer pequenos problemas que os há sempre. E boicotando a presença – não desejada – de intrusos vindos de fora de Guimarães, ‘viciados’ em armar confusão.

Os adeptos terminaram as suas romarias de apoios – em provas europeias – com uma vitória também assinalável. A presença do D. Afonso Henriques foi sempre numerosa – esteve acima dos 10 263 e chegou aos 28 994 com o Betis. Nesta jornada europeia, de sete jogos em casa, o número de espectadores totaliza 125 968; e as viagens feitas ao lado da equipa também deixaram marcas. Muitos recordarão a que foi feita à Suíça, no jogo com o Saint Gallen, com temperaturas negativas.

Desportivamente, a única derrota – irónicamente – de ontem, chegou no último jogo e ditou o afastamento na prova, facto que não desabona em favor da equipa. Apenas nos golos marcados e sofridos (2-6) não terá sido bem gerida por Luís Freire. O Betis tirou partido da ousadia de Tiago Silva e seus colegas, de jogar atrevidamente, quando se esperava mais resguardo, na defesa de um empate que poderia permitir tudo.

Certamente que o Vitória deveria ter sido mais frio na abordagem do jogo: seguro e compacto na defesa, controlando as investidas dos andaluzes que tinham mais ambições na prova e a quem foi aberta a porta para jogar em contra-ataque, com jogadores de classe, capazes de marcar mais golos.

Por isso, a derrota pode não ser discutível mas regista-se o facto de o Vitória se ter exposto à fúria espanhola quando sabia que era previsível que Bakambu e Antony desfizessem todos os sonhos da equipa vitoriana.

Foto © Vitória SC

© 2025 Guimarães, agora!


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