A comissão de acompanhamento da Capital Verde Europeia (CVE 2026) – com pensamento plural e compromisso colectivo – realizou a sua primeira reunião, na última Sexta-feira, no Laboratório da Paisagem.
A Câmara Municipal quis assinalar “o arranque de um novo ciclo de envolvimento colectivo rumo à concretização de uma visão partilhada para Guimarães, enquanto Capital Verde Europeia em 2026”.
O plano estratégico da CVE, já aprovado pela Câmara, assenta nas premissas de que 2025 será “um ano de preparação intensiva, com etapas fundamentais para assegurar a implementação eficaz do programa, pelo que ficou definida a criação de uma unidade de missão composta por uma direcção executiva, quatro comissões (honra, científica, comunidade e acompanhamento), uma equipa de comunicação e uma equipa financeira. O objectivo é o de reforçar o compromisso de Guimarães em liderar pelo exemplo, posicionando a cidade como um território inspirador na sustentabilidade, inovação e acção climática”.
Domingos Bragança, apelou a uma participação activa e construtiva de todos os membros da comissão, destacando a necessidade de continuar a gerar consensos, assumidos e robustos, que reflictam um pensamento plural, coerente com a responsabilidade acrescida que a distinção impõe à cidade.
“Este é um processo contínuo de aperfeiçoamento, que deverá acolher contributos diversos e mobilizar entusiasmo e saber em torno de um desígnio comum”, afirmou. Sublinhou que serão realizadas tantas reuniões quantas forem necessárias para garantir uma implementação sólida e partilhada da missão Capital Verde Europeia.
A direcção executiva, formada por Isabel Loureiro, Carlos Ribeiro e Dalila Sepúlveda, foi apresentada nesta primeira reunião, mostrando como delineou a visão estruturante do projecto. Entre os objectivos estratégicos, destacam-se a mobilização cidadã, a capacitação do sector privado, o reforço da coesão urbano-rural e a projecção internacional de Guimarães.
O programa, ancorado nos pilares do clima, educação, saúde, ciência, inovação e celebração em comunidade, assenta numa abordagem sistémica e transversal, onde a mobilidade sustentável será tema estruturante.
A CVE 2026 será orientada também pela valorização da democracia participativa, assumindo-se como um laboratório vivo para a construção de políticas públicas mais próximas dos cidadãos.
Foi ainda apresentado um calendário provisório de actividades, com destaque para dois momentos-chave: a assinatura da carta de intenções junto da Comissão Europeia, na ‘Green Week 2025’ (de 5 a 8 de Junho), por Domingos Bragança e Patrick Child, director-geral para o Ambiente da Comissão Europeia; e a realização do ‘Energy Cities Annual Forum’, em Abril de 2026, que reunirá em Guimarães mais de 200 cidades europeias.

Adelina Pinto, destacou o trabalho diplomático que Guimarães tem vindo a desenvolver junto das cidades geminadas e de redes internacionais, como a UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, propondo que seja promovida a assinatura da denominada ‘Carta de Guimarães’, como um compromisso internacional para replicar as boas práticas de Guimarães, entre outras, rumo à descarbonização e sustentabilidade ambiental.
Na componente de inovação, Paulo Lopes Silva apresentou projectos em curso no âmbito da ‘Agenda Be.Neutral’, desenvolvida em consórcio com empresas como Petrotec, NOS, Salvador Caetano e CEiiA. Entre os destaques, foi referida a criação de uma plataforma digital de mobilidade urbana que permita gerir um conjunto de soluções como a utilização de veículos autónomos, inter-modalidade e entregas sustentáveis.
Sofia Ferreira, abordou o projecto-piloto financiado pela NetZeroCities, a implementar no Bairro C, destacando a criação de uma “comunidade de energia” como uma das acções a levar à prática, de que o projecto de cobertura com painéis solares do recinto da feira semanal é um exemplo.
O momento das intervenções de alguns membros da comissão de acompanhamento presentes reflectiu um consenso político alargado, reconhecendo a liderança determinante de Domingos Bragança e das equipas envolvidas na conquista do título europeu.
Ricardo Araújo sublinhou a importância de mobilizar a comunidade e o sector privado, destacando o impacto competitivo das exigências ambientais e a oportunidade para se comunicar Guimarães.
Ricardo Costa reforçou a importância do legado, defendendo uma “visão multinível” que integre oportunidades económicas, como a criação de um sistema de créditos de carbono que beneficie, do ponto de vista financeiro, o esforço realizado pelas empresas na descarbonização, para além de outras vantagens associadas ao processo.
No que diz respeito aos líderes das bancadas da Assembleia Municipal, André Almeida, propôs formação ambiental para o sector privado, dando como exemplo a redução de emissões de CO2 que é possível alcançar no sector da construção civil, e destacou o papel das CSIF – Comunidades Sociais Inter-freguesias na promoção da coesão urbano-rural. Sónia Ribeiro, defendeu a importância da partilha de informação para que, além do consenso político já alcançado, possa haver mais pensamento crítico, e destacou o papel que o sector privado deverá ter na promoção de práticas responsáveis e transparentes.
“É importante a distinção, mas tão ou mais importante é o caminho que estamos colectivamente a percorrer.”
A encerrar a reunião, Domingos Bragança respondeu à questão ‘O que ficará de duradouro?’, formulada por Sónia Ribeiro, dizendo que a CVE será um tempo de celebração e de enorme visibilidade de Guimarães para toda a Europa e tem a forte convicção da irreversibilidade do caminho da sustentabilidade ambiental, de uma cidade, um planeta, e que, como sempre disse: “é importante a distinção, mas tão ou mais importante é o caminho que estamos colectivamente a percorrer e este caminho da defesa do ambiente, de vivermos em harmonia com a natureza, tem um horizonte longo no tempo e no percurso, com muitos desafios para vencer, exigente na cidadania cívica e na coragem, e que a seguir a 2026 fica a inquebrantável vontade e responsabilidade de o continuarmos a percorrer, sabendo que a consciência ecológica assumida por cada vimaranense, na conquista alcançada, de fazermos parte do conjunto das cidades de referência europeia ambiental, criou raízes profundas para continuarmos este bom caminho, para além de cada ciclo político”.
Lista de presenças na primeira reunião:
- Direcção Executiva – Domingos Bragança (presidente da Câmara), Adelina Pinto (vice-presidente da Câmara), Sofia Ferreira (Ambiente e Acção Climática), Isabel Loureiro (Estrutura de Missão Guimarães 2030), Carlos Ribeiro (Laboratório da Paisagem), Dalila Sepúlveda (Ambiente e Sustentabilidade) e Inês Pereira (secretária executiva);
- Vereadores – Paulo Lopes Silva (Cultura, Turismo, Sistemas Inteligentes e Recursos Humanos), Ricardo Araújo (não executivo) e Hugo Ribeiro (não executivo);
- Membros da Assembleia Municipal – Gabriela Nunes (PS), César Teixeira (PSD), Sónia Ribeiro (Bloco de Esquerda) e André Almeida (Chega);
- Presidentes de Concelhia – Ricardo Costa (PS), Ricardo Araújo (PSD), Gil Leitão (Iniciativa Liberal) e Nuno Vaz Monteiro (Chega).
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