Luís Pinto: “Os treinadores também devem viver estes momentos”

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O treinador do Vitória não parou no banco. De um lado para o outro, gesticulou e gritou para dentro do relvado, “puxando” pelos seus jogadores.

Apesar do bom desempenho técnico do árbitro, Luís Pinto saiu indignado – e expulso – por António Nobre, de cujas decisões no aspecto disciplinar não gostou.

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Uma coisa é certa: no plano de jogo, o treinador vitoriano acertou em cheio. Na véspera tinha dito que “respeitamos o Braga, mas o que mais nos interessa é mostrar o nosso Vitória”. E isso foi conseguido plenamente.

Viu-se um Vitória renovado em relação ao 11 da época passada, uma defesa robustecida e à espanhola com uma dupla de centrais que começa a entender-se; um meio-campo fortalecido pela chegada de Matija Mitrović que ao lado de Beni Mukendi deu vida à equipa com o contributo do jovem Miguel Nogueira.

Telmo Arcanjo retomou o seu lugar natural, impondo velocidade e saídas de trás para a frente que quase dava um golo a Gustavo Silva (8’).

Esta equipa de Luís Pinto tende a evoluir e a afirmar-se mas sem pressas porque Roma e Pavia não se fizeram num dia.

Já na sala de imprensa, após o empate 1-1 contra um Braga que é um dos europeus do nosso futebol, o técnico deu notas do lance da sua expulsão. E declarou que “se dissesse o que me vem à alma…”, uma frase que confirma o estado de espírito do homem mas não pode justificar o comportamento do treinador.

“Tivemos alguns momentos de organização defensiva em que devíamos ter tido um melhor posicionamento.”

“Apetece-me dizer muitas coisas, mas não vou dizer. Mas se dissesse o que me vem à alma… mas é melhor nem falar. Quanto ao penálti, claro que era uma oportunidade flagrante, mas tivemos outras oportunidades em que podíamos ter feito. Tivemos alguns momentos de organização defensiva em que devíamos ter tido um melhor posicionamento. O penálti tem o seu relevo como outras oportunidades que tivemos. É muito mais relevante as coisas boas que fizemos do que o penálti falhado”.

Sobre a partida, declarou que “foi diferente dos outros jogos e senti muito as pessoas nas bancadas a gritar por nós”. Uma verdade insofismável porque nem os mais exigentes adeptos superariam mais de um equipa em construção, não à base de areia e cimento, mas de um plantel de homens com diferentes formações futebolísticas.

O espectáculo proporcionado pelos adeptos vitorianos foi elogiado por Luís Pinto. © Vitória SC

Agradou-lhe, por isso, o ambiente do D. Afonso Henriques e a sua efervescência – não a provocada por petardos ou tochas – mas pelo calor humano de cânticos e da força que brota das bancadas para o relvado. “Nós também estamos nesta profissão para viver momentos deste género e tenho pena das pessoas que não possam experienciar isto” – disse com muita razão. 

“Se tivesse de haver um vencedor, tínhamos de ser nós. Fomos a equipa que mostrou maior clarividência.”

Comentou o resultado, afirmando: “Se tivesse de haver um vencedor, tínhamos de ser nós. Fomos a equipa que mostrou maior clarividência. Obviamente que o Braga é uma equipa muito forte e houve momentos em que tivemos de baixar muito o bloco. Mas as melhores oportunidades foram nossas”.

Luís Pinto ainda se pronunciou sobre Diogo Sousa: “Foi mais um a ser lançado, perante 25 mil pessoas, entrou e demonstrou personalidade. Não esteve muito tempo em campo mas provou que tem qualidade e que pode ajudar a equipa no nosso crescimento e nas nossas necessidades. Também é mais um que jogou pela equipa B e isso demonstra que a equipa B pode ser positiva para os nossos jogadores mais jovens”.

Em noite de elogios, também, evidenciou o seu agrado pela estreia a titular de Matija Mitrović: “Gostei muito do jogo dele. Faz parte do nosso trabalho e é isso que queremos conseguir ter no dia-a-dia. Fico muito feliz pelo crescimento que ele tem tido mas é algo que tem de ser contínuo e que temos de promover nos nossos jogos. É um miúdo incrível, trabalha imenso todos os dias”.

Uma palavra final para a ausência de Nuno Santos que não entrou convocados: “Não estava disponível para o jogo, por isso é que ficou de fora”. O jogador pode estar entretanto a caminho da África do Sul.

Foto © Vitória SC

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