Ricardo Costa: “Vou estar envolvido nos projectos de forma séria”

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Ricardo Costa citou mas não referiu, Pedro Chagas Freitas… “antes de tudo, sê boa pessoa”, um toque de humanismo no encerramento de mais um encontro sobre o território, realizado, ontem, à tarde, em Ronfe.

E que pretendia evidenciar que “podes ter ambição, deves ter ambição, mas não tens de pisar, não tens de magoar”

O candidato socialista, nas próximas eleições locais, aproveitou para salientar que “há sempre pessoas novas a participar”, nestes encontros, referindo depois Helena Chaves, ex-directora do Centro de Emprego de Guimarães, com quem tem uma proximidade de “mão cheia” e Hélder Guia, técnico municipal, no ‘Espaço Empresa’, responsável pelo diagnóstico feito sobre o concelho e que será apresentado na próxima sessão, no Teatro Jordão, num livro editado por Ricardo Costa.

Em jeito de resumo da sessão, destacou que “a cultura é muito mais do que economia”, afirmando até que ela é “indutora do desenvolvimento da comunidade”, uma oportunidade para destacar “o excelente trabalho do vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, no Bairro C”, também entre a assistência deste encontro.

Mais sobre o futuro, foi curioso ouvir “o não quero nada disto”… referindo-se “ao trabalho que aporta valor” – um desejo para o futuro profissional dos vimaranenses, recusando que “não quero que ninguém embrulhe caixas ou embale caixas”, como rotina, esperando que a robótica e outras tecnologias cheguem ao chão das fábricas.

E “porque o melhor do futuro é inventá-lo”, Ricardo Costa afirmou que “vou estar envolvido nos projectos de forma séria”, voltando a falar de “lideranças servidoras” ao serviço das pessoas e da comunidade.

A ideia é… “temos de fazer tudo acontecer e fazer acreditar”, como caso da regionalização do país, pois “urge” que cada território se afirme, substituindo a actual ordem administrativa, de “um Estado central e local que não tem sabido dar força à poli-centralidade em que assentam os territórios”.

Por isso, defende que “planear” é objectivo e tarefa, voltando a repetir que à frente da Câmara – se for eleito – localizará o ‘Espaço Empresa’ – actualmente instalado na Plataforma das Artes – por todo o concelho.

A dimensão do diagnóstico e do planeamento serão instrumentos fundamentais, nas linhas básicas “do projecto ambicioso” que vai propor aos vimaranenses, “e sem medo de decidir”.

“Deixar o parlamento foi uma decisão minha, tomada para além da decisão do Secretário-Geral do PS.”

Um remoque ao PSD… sobre a decisão de não se recandidatar a um novo mandato de deputado na Assembleia da República. “Deixar o parlamento foi uma decisão minha, tomada para além da decisão do Secretário-Geral do PS que aconselhou os candidatos às Câmaras a não participarem na lista de deputados”. Disse-o para acentuar que “o meu foco é – e sempre foi – Guimarães”. Não o referiu mas Ana Abrunhosa, candidata em Coimbra, seguiu este ditame de Pedro Nuno Santos, enquanto Alexandra Leitão, candidata em Lisboa, disse que não era bem assim…

‘Discutir Quem Somos’ deixou o que queremos ser, para o futuro. © Direitos Reservados

Já sobre ‘O desenvolvimento industrial, cultural e comunitário’, o mote deste encontro, o mesmo decorreu ao jeito de tertúlia e foi uma espécie de revisitação do passado cultural e industrial de Guimarães que deixa lastros ainda sobre a sociedade vimaranense actual.

Algumas ideias deixadas nas intervenções de José Bastos: “o papel da cultura no desenvolvimento local é um desafio enorme”; “seria fácil (ao Município) ficar ligado apenas ao património” como eixo cultural mas Guimarães descobriu que, afinal, “havia outra dimensão, a do imaterial” que era preciso abraçar, incluindo a fruição “do espaço público pelas pessoas” e o papel do associativismo.

Também o papel que o Centro Cultural Vila Flor desempenhou, acabou por valorizar e sustentar a prática e a programação cultural, mesmo sem apoios do Estado para a sua edificação; a CEC 2012 trouxe conhecimento, acrescentou pensamento e proporcionou a discussão da política cultural.

Não faltaram referências aos eixos da política cultural nos últimos três anos, distribuindo pela Câmara a função de realizar grandes eventos e proclamar efemérides; atribuiu um papel “mais profissional” à A Oficina na criação de programação; e, por fim, destacou os eventos do movimento associativo.

Considerando importante ter estratégia, e reconheceu que ela existe, plasmada num documento recente ‘Estratégia Cultural de Guimarães 2032’, recentemente levada à aprovação da Câmara pelo vereador Paulo Lopes Silva que mereceu unanimidade dos vereadores. 

Marta Mota Prego também olhou para trás, lembrando “o início do século e a raíz industrial de Guimarães”. Um retrato visto na lupa das “grandes empresas que marcaram o território como a Coelima e Somelos” e o “sentimento de pertença” que ostentavam à sua localização. Nesse tempo, essas empresas tinham um rasto de “motor financeiro da comunidade”, em áreas diferentes do seu objecto que “era também cultural, social e desportivo”.

Na última década e meia, ressaltou a proliferação de associações, com um dinamismo associativo que não resultou em nada, atribuindo a culpa ao “individualismo” dos empresários e à marca “familiar” das empresas que não foi suficiente para agregar o movimento empresarial.

“O eco-sistema foi crescendo – defendeu – mas permanece a dificuldade em reunir os players”, num corpo só. Espera que a nova geração protagonize “outra união” dos empresários vimaranenses.

“Mudar as mentalidades é a melhor forma de pensar o futuro.”

Numa abordagem de ideias soltas, Marta Mota Prego disse que “mudar as mentalidades é a melhor forma de pensar o futuro”, para com projectos colaborativos Guimarães ter mesmo “iniciativas empresariais mais emblemáticas com o apoio de políticas públicas nacionais e europeias”

Não chegou a utilizar o verbo “prospetar” pelo que o passado e a actualidade dominaram mais a conversa do que o futuro. Um futuro que veio da plateia, como necessidade, pois importa “olhar o território com outros olhos”, ouvir “o grito das pessoas”, escutar “as histórias dos nossos avós”, sentir “as dificuldades dos familiares”, com “o Município a assumir o verdadeiro papel de investidor do território” e ser menos “pagador de subsídios”, investindo nas organizações, tornando as CSIF’s – Comissões Inter-sociais das Freguesias – mais dinâmicas e mais interventoras nas dinâmicas sociais, como defendeu Alberto Fernandes.

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