Realizou-se hoje, dia 21, a segunda Vitrus Talks com a convidada e eurodeputada Isabel Estrada Carvalhais, no Miradouro do Pio IX (Penha) e apresentou como tema “Investir no nosso planeta”, no âmbito do Dia da Terra, prosseguindo o desígnio da candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia.
O presidente da Vitrus, Sérgio Castro Rocha, foi o primeiro interveniente da manhã e trouxe à conversa preocupações com água e como a mesma é gasta. O anfitrião mencionou alguns dados numéricos acerca da quantidade do recurso hídrico que é utilizado na produção de certos alimentos e produtos.
“Posso falar na manteiga que me deixou chocado, para um quilo de manteiga são necessários 18 mil litros de água potável.”
“Por exemplo, para um quilo de carne de vaca, são precisos cerca de 17 mil litros de água. Para um quilo de queijo, estamos a falar de 5200 litros de água. Posso falar na manteiga que me deixou chocado, para um quilo de manteiga são necessários 18 mil litros de água potável”, apresentou o responsável da Vitrus. Neste contexto, Sérgio Castro Rocha deixou o desafio à eurodeputada do PS de propor ao parlamento europeu uma “legislação comunitária ao nível da rotulagem” onde se inclua, a par das informações nutricionais e dos ingredientes, a quantidade de água que é gasta na produção desse bem.
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A sessão foi interrompida pela chuva que se fez sentir a meio da manhã, levando a que os oradores tivessem que se deslocar para dentro do autocarro eléctrico da Guimabus exposto ao lado do palco. A eurodeputada e a vereadora da Câmara Municipal de Guimarães optaram por fazer declarações directamente à imprensa sobre os temas que iam abordar na conversa que não se concretizou.
“É um novo paradigma da relação com o consumidor em que ele faz essas exigências.”
Acerca do desafio que o presidente da Vitrus propôs, Isabel Estrada Carvalhais revelou que “há uma discussão em curso no Parlamento Europeu e que terá, certamente, uma continuidade nestes próximos meses relativamente a questões de rotulagem”. A eurodeputada socialista referiu que “cada vez mais temos consumidores que querem ser informados”, em particular, “naquilo que são as questões do bem-estar animal”. “É um novo paradigma da relação com o consumidor em que ele faz essas exigências, temos de ir ao encontro dessa necessidade de informação, é nosso dever e, portanto, aquilo que nós vamos vendo cada vez mais é esta discussão sobre a informação que deve estar adicionada na rotulagem”, sublinha.
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A convidada falou, ainda, sobre a situação das florestas, tanto a nível nacional como europeu, tema que tinha preparado para a Vitrus Talks especificamente. “As florestas, nós sabemos que elas, tradicionalmente, são do âmbito da decisão nacional, portanto não estão nos tratados de funcionamento da União Europeia, não está lá prevista nenhuma política comum para as florestas. Mas é muito importante que se desenvolva um quadro comunitário, um quadro comum, que nos ajude, não apenas na conservação, não apenas na protecção, mas também no restauro das florestas”, defendeu Isabel Carvalhais. A eurodeputada explicou que a principal preocupação em Portugal e na Europa não é tanto a desflorestação, o “problema é, sobretudo, a qualidade da floresta que temos, essa qualidade vai-se degradando por via do despovoamento”.
Quanto às soluções, a socialista reitera que “os sistemas agroflorestais são fundamentais para conseguirmos aqui uma sustentabilidade ambiental e, simultaneamente, um retorno económico que é fundamental também para as pessoas”. Concluiu que “precisamos efectivamente de um quadro legislativo orientador a nível europeu, que nos ajude à conservação das nossas florestas, que ajude a repor muita da biodiversidade que está em risco e que nos ajude neste esforço conjunto de combate às alterações climáticas”.
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