O Ministro da Cultura visitou, esta Terça-feira, o CAAA onde abordou questões sobre o financiamento do CIAJG e ouviu sugestões de novos projectos, nomeadamente de um filme épico sobre a fundação de Portugal.
Pedro Adão e Silva esteve em Guimarães no âmbito da iniciativa Percursos: Cultura que Somos, que previa a visita a Guimarães, Braga, Barcelos e Famalicão, sob o tema da Cultura Urbana. Na Cidade Berço, foi-lhe apresentado o Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), onde teve contacto com artistas e criadores vimaranenses, e foi acompanhado do presidente da Câmara, Domingos Bragança e do vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva.
“Encontrei quatro concelhos onde há iniciativas, entidades com um papel na Cultura muito interessante”.
O Ministro da Cultura fez um apanhado daquilo que foi a sua visita às cidades do quadrilátero: “Há múltiplas centralidades no país, isto é, a dinâmica cultural, a energia criativa não se reduz à área metropolitana de Lisboa e à área metropolitana do Porto. Aqui, no distrito de Braga, encontrei quatro concelhos onde há iniciativas, entidades com um papel na Cultura muito interessante, relevante e emergente”.
Acrescenta que parte com a ideia de que “para lá dos espaços mais institucionais, das entidades que são apoiadas pelos concursos de apoios sustentados da DGArtes, há um conjunto de iniciativas emergentes ligadas necessariamente à cultura urbana e com linguagens e gramáticas inovadoras que estão com uma dinâmica bastante interessante no território”.
Sob este contexto, Pedro Adão e Silva foi questionado sobre os apoios requeridos pelo Município de Guimarães para o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), sobre os quais não tinha conhecimento. Explicita, portanto, que o ministério da Cultura “terá, no próximo ano, uma dotação orçamental muito reforçada [2,0% da despesa discricionária do Estado] e a lógica que preside ao funcionamento dos apoios no contexto da cultura é uma lógica concursal”.
Completa, explicando: “O ministro da Cultura não decide apoios, os apoios que acontecem na área da Cultura são avaliados por júris, quer seja no cinema, através do ICA – até temos aqui uma produtora, a Bando À Parte, que se candidata a vários concursos do ICA -, quer na área das artes, uma lógica concursal”.
A respeito do cinema, surgiram também, nesta visita, sugestões para futuros projetos na sétima arte, nomeadamente por parte do presidente da Câmara de Guimarães, que a desenrolou com o cineasta vimaranense Rodrigo Areias. “Aproveitei para falar dos 900 anos da Batalha de São Mamede, concretamente da produção de um filme épico sobre a fundação de Portugal”, revela Domingos Bragança.
“Outros países têm filmes épicos sobre as batalhas das suas fundações e Portugal não tem nenhum”.
O aniversário redondo celebrar-se-á em 2028 e “terá de ser um desígnio de Portugal para que na celebração dos 900 da Batalha de São Mamede possamos ter, pela primeira vez, um filme épico com produção de cinema. Outros países têm filmes épicos sobre as batalhas das suas fundações e Portugal não tem nenhum”, desenvolve o edil.
Revelou, ainda, que já apresentou a ideia a diversas outras figuras governativas, nomeadamente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O responsável pelo Município admite que serão necessários “muitos milhões” para levar a cabo este projecto e que terá de associar-se “às outras cidades que estiveram envolvidas na reconquista cristã e na fundação de Portugal antes e depois dessa batalha”.
Neste sentido, expressa que “há também a vontade de ter o apoio das cidades da Galiza, que tiveram uma ligação na fundação de Portugal”.
Domingos Bragança deixa claro que sabe que este é um projecto “utópico”, mas confessa que há já conversas com entidades privadas, tendo em conta a necessidade de financiamento acrescido, e os apoios do ICA “não são suficientes”.
📸 GA!
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