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Domingo, Abril 28, 2024

Rui Rocha: “Há um esforço para explorar ao máximo a bandeira da sustentabilidade”

Economia

  • Rui Rocha é membro fundador da primeira Comissão Política Concelhia de Guimarães e, actualmente, é porta-voz desta mesma concelhia. Ao Guimarães, agora!, faz uma análise da governação do executivo municipal do PS, da actuação política local do PAN e do futuro do seu papel na política.

Que avaliação faz do actual executivo da Câmara Municipal?

Actualmente a minha avaliação não é positiva. Desde as últimas eleições (aquelas em que eu me candidatei) que parece estar estagnada, não há projectos novos, não há investimentos ou obras. Parece estar tudo parado e já lá vão quase dois anos!

Que balanço faz da actuação do PAN na política local, no geral?

O PAN a nível local tem feito o possível com os recursos e os meios disponíveis. Gostaríamos de ter feito muito mais e de intervir com frequência, sobretudo nos assuntos que nos são mais caros, mas, como disse, torna-se muito difícil quando somos tão poucos e não temos o tempo que os grandes partidos têm.

Ainda estamos a meio do mandato mas considera recandidatar-se às autárquicas em 2025? Quais são as suas perspectivas para essas eleições?

Se o PAN Guimarães vai apresentar uma candidatura à Câmara Municipal de Guimarães em 2025 será decidido no ano das eleições. Ainda é muito cedo para dizer que sim ou que não.

📸 GA!

Tendo em conta que o PAN passou de quatro para uma deputada na Assembleia da República nas últimas legislativas, que balanço é que faz da posição do partido na política nacional?

O PAN teve um resultado menos positivo (como outros partidos) por motivos nem sempre fáceis de destrinçar. O voto útil no PS penso que terá sido um factor muito importante.

“Guimarães está a perder muita população, em comparação com os grandes rivais Braga e Famalicão.”

Em que áreas é que Guimarães se tem desenvolvido mais? E menos?

Pela positiva na área cultural e ambiental, seguramente. Menos nas áreas da mobilidade suave, segurança rodoviária, habitação social e coesão do território. Guimarães (apesar de ser um concelho litoral) está a perder muita população, em comparação com os grandes rivais Braga e Famalicão; a maioria das vilas do concelho, incluindo Moreira de Cónegos, Pevidém e São Torcato estão a definhar, escapando apenas a Vila das Taipas. A habitação é caríssima e a nova construção também o que mostra claramente uma certa dificuldade em evitar o óbvio. O Centro Histórico cada vez mais deserto e a cidade com cada vez mais carros; com as estradas de acesso a Guimarães cheias de carros às horas de ponta, para não falar da segurança rodoviária que é urgente resolver um pouco por todo o concelho.

A via do AvePark do modo que está a ser planeada e justificada faz sentido? Porquê?

Não faz qualquer sentido: é uma obra que foi apresentada pelo PS Guimarães há muitos anos e que nunca deixou cair por teimosia e arrogância. Trata-se de um projecto que nunca fez sentido, pelos milhões que poderá custar e pelos enormes impactos ambientais e não só nas áreas das freguesias de Corvite-Prazins Santo Tirso, Prazins Santa Eufémia e Barco. Há alternativas muito mais baratas e com muito menos impactos. Para não discursar muito mais sobre o assunto, entendo que esta obra nunca deveria avançar sem o aval das populações directamente afectadas. Pergunto se alguém quer realmente saber?

“É preciso dizer que o problema só se resolve com um investimento brutal e contínuo nos transportes públicos.”

O Fundo Ambiental aprovou uma verba de um milhão de euros para o projecto de ligação por BRT entre Braga e Guimarães. Parece-lhe que esta é uma solução apropriada para a mobilidade interconcelhos?

Outro disparate. Portugal é um país de modas e este é mais um exemplo. As questões da mobilidade a esta escala só fazem sentido numa lógica supraconcelhia e regional. É preciso dizer que o problema só se resolve com um investimento brutal e contínuo nos transportes públicos. Caso contrário, não adianta muito andar a gastar dinheiro em projectos pontuais. Alguém sabe qual foi o aumento do número de passageiros nos transportes públicos no concelho? E qual a redução do número de carros na cidade de Guimarães?

📸 GA!

A sustentabilidade tem sido uma grande bandeira usada por este executivo. Parece-lhe justo tendo em conta o trabalho feito na área?

Sim, há um esforço para explorar ao máximo a bandeira da sustentabilidade. Mas se não conseguimos reduzir o número de carros particulares nas estradas, nem reduzir a produção de lixo (de plástico, por exemplo) no concelho ou introduzir as dietas vegetarianas nas cantinas geridas pela Câmara, não acha que há muito para fazer?

A candidatura a Capital Verde Europeia já foi apresentada publicamente, acredita que Guimarães será seleccionada? Que conclusões retira da candidatura?

Acha que Lisboa merecia o título? Claro que é possível.

Acredita que as desigualdades sociais estão a ser combatidas no concelho? Porquê?

A resposta à questão é sim. Contudo, se me tivesse perguntado se acredito que o que está a ser feito terá impacto significativo? Aqui a minha resposta seria um “duvido muito”.

“A Câmara diz uma coisa, as freguesias fazem outra.”

Que análise faz da preservação da biodiversidade em Guimarães?

Vou responder desta forma: o executivo divulga regularmente que Guimarães é um concelho livre de glifosatos, contudo não tem forma de impedir as freguesias de usarem este tipo de produtos. Este é um pequeno exemplo: A Câmara diz uma coisa, as freguesias fazem outra.

📸 GA!

Que medidas podem ser tomadas para preservar a biodiversidade em Guimarães?

Recuperação urgente dos ecossistemas fluviais e zonas húmidas. Uma política de ordenamento do território integrada e mais amiga do ambiente e não dos interesses imobiliários particulares. Financiar alternativas à utilização de glifosatos pelas freguesias ou criar programas de incentivo à gestão sustentada da floresta.

Considera o concelho ‘pet friendly’?

Não. Faz-se o básico e está tudo dito. Em Guimarães não há, nesta área, uma ideia ou medida que saia do banal, feito por muitos outros concelhos do país.

📸 GA!

© 2023 Guimarães, agora!


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