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Terça-feira, Abril 16, 2024
Vítor Oliveira
Vítor Oliveira
Tem 40 anos e atualmente é Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, depois de ter exercido funções de Adjunto entre 2013 e 2017. Licenciado em Comunicação e Pós-Graduado em Economia Social, foi seis anos Docente Assistente Convidado no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) e Diretor Executivo do CyberCentro de Guimarães durante onze anos. Entre 1996 e 2002, trabalhou como jornalista na Empresa Gráfica do Jornal “O Comércio de Guimarães” – GUIMAPRESS e no portal “Diário Digital”.

O jogador de bancada

Isto de termos futebol sem adeptos tem revelado, sobretudo, quão importante é o 12º jogador num espetáculo desportivo. A Liga COVID, ou o campeonato sem público, é outro futebol. É a terceira volta de uma prova que ficou três meses suspensa: mais tempo do que a transição de uma época para a outra, habitualmente separadas por um mês de férias.

É uma Liga de outro campeonato, pois. Aqui se vê como o público marca (tantos) golos. As equipas teoricamente mais fortes deixaram de ter a força motriz que as coloca, adiantadamente, na frente do marcador. Agora, não há vencedores antecipados. Os adeptos não estão lá. O fervor audível que aquece as bancadas e esquenta o relvado resume-se, hoje, a tarjas motivadoras que não vão substituir nunca os cânticos e os aplausos (visíveis e sonoros) do adepto mais leigo em futebol. Hoje, qualquer equipa marca! Hoje, entra-se em campo sem receio do adversário. Sem temer o ambiente do estádio.

“O vazio e o silêncio das bancadas transformaram este futebol de início de década num teatro de sombras, sem entusiasmo, triste…”

Há uma clara tendência de equilíbrio. Joga-se de igual para igual. Sem complexos. Os mais “pequenos” jogam como se fossem “grandes”. E, por isso, este final de Liga tem dado a conhecer resultados tão surpreendentes que, noutras circunstâncias, provavelmente, não aconteceriam! O vazio e o silêncio das bancadas transformaram este futebol de início de década num teatro de sombras, sem entusiasmo, triste, com adeptos sôfregos de vida desportiva e ritmo cardíaco.

Uma verdadeira antítese pela qual o jogo existe no conceito mais contemporâneo do que deve ser um espetáculo de multidões. Estranhamente, porém, os jogos passaram a ser mais entretidos – como dizia Quinito, o treinador do futebol-magia que, hoje, teria de ser contorcionista para ladear obstáculos.

A Liga COVID é, também, um teste para quem orienta uma equipa de futebol. E quão difícil deve ser treinar nas atuais circunstâncias! A crise é, todavia, uma oportunidade. Para todos. Em tempos de exceção, sejamos excecionais. Aproveitemos a experiência a que temos sido forçados para sairmos mais fortes e competentes. Não só no futebol…

© 2020 Guimarães, agora!

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