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Sexta-feira, Novembro 15, 2024

Engenharia: escola da UM cria andarilho inteligente

Terá efeitos importantes na locomoção de doentes, cuja reabilitação é um caso difícil, substituirá a cadeira de rodas e enquanto inovação oferece outras possibilidades de uso que serão reveladas como descobertas técnicas e terapêuticas.


Vai melhorar a locomoção de doentes, ajudar na terapia de reabilitação física. O andarilho inteligente é, também, uma alternativa à cadeira de rodas. Tornou-se no projecto mais inovador e recente do Departamento de Eletrónica Industrial da EEUM.

Por isso, o andarilho inteligente vai ser apresentado como uma solução para casos difíceis na reabilitação.

Esta inovação já foi distinguida pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, co-financiada pelo Compete 2020, envolve ainda o Hospital de Braga e as empresas Orthos XXI, sediada em Barco, junto ao Avepark e a Tecnicunha, de Caldelas, duas empresas vimaranenses.

“Esta tecnologia 100% portuguesa permite melhorar a estabilidade e a marcha patológica do paciente, além de monitorizar o seu estado físico, apoiando assim os terapeutas numa reabilitação eficaz e inteligente”, explica a coordenadora do projecto, Cristina Santos, esperando que o conceito desperte interessados e sirva a sociedade.

© Direitos Reservados

Esta professora do Departamento de Electrónica Industrial da EEUM vai explicar na apresentação, a decorrer online, na Sexta-feira, partir das 9h30, as descobertas técnicas e terapêuticas ligadas àquela inovação e ainda conversar com médicos, terapeutas e utilizadores do novo andarilho. A iniciativa prevê igualmente intervenções de Filipe Soutinho, diretor-geral da TecMinho, Sofia Couto, gestora de projectos da Agência Nacional da Inovação, Francisco Silva, director-geral da Orthos XXI, e António Cunha, gerente da Tecnicunha.

“O aparelho permite uma maior segurança mesmo nos casos mais difíceis, em que, por falta de soluções estáveis, os pacientes acabam por ser indicados para cadeiras de rodas”, refere Cristina Santos. A estabilidade e diferenciação deste “smart walker” é conseguida através da inteligência artificial e de um design próprio, “garantindo menor probabilidade de incidentes a quem padece de descoordenação dos movimentos ou ataxia”

O andarilho inteligente permite, também, vários contextos de utilização: em modo manual, com total controlo do utilizador; com controlo à distância por outrém, como por exemplo monitorizado e conduzido pelo fisioterapeuta; em modo pré programado/ autónomo, com meta pré-estabelecida, ajustando-se no percurso e desviando-se de eventuais obstáculos; e em modo misto, sendo conduzido pelo utilizador mas com alarmes a avisar os obstáculos, o afastamento corporal ou eventuais riscos.

Outra potencialidade deste equipamento multi-funcional é realizar o apoio ao diagnóstico através da quantificação e análise da marcha. Ou seja, através de um sistema de sensores são recolhidos dados posturais e gestuais, permitindo estabelecer padrões para posteriores avaliações médicas e terapêuticas. Este projecto, designado “EML – Equipamento Multifuncional de auxílio técnico à Locomoção”, envolveu engenheiros electrotécnicos, informáticos, biomédicos e clínicos. Teve a sua origem no Centro Algoritmi, evoluindo depois no Centro de Investigação em Microssistemas Electromecânicos (CMEMS), ambos na UMinho, em Guimarães. A inovação foi validada nos serviços de Ortopedia e de Reabilitação do Hospital de Braga e no Centro Clínico Académico, tendo sido alvo de teses de mestrado e doutoramento em Engenharia Biomédica.

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