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Sexta-feira, Abril 19, 2024

A voz dos comerciantes

Economia

Das críticas, às sugestões e aos palpites

Das bancadas, o primeiro a falar foi Jorge Silva, cabeleireiro, a quem se deve a interrogação, mais vezes badalada na conversa entre comerciantes e o presidente da autarquia. Colocando-se na pessoa de um não vimaranense ou não habitante da cidade, Jorge Silva interrogou: “porque razão haveria de vir a Guimarães, fazer compras?”
Não deu a resposta directa mas construiu vários cenários que podiam, justificar ou não opções de compras na cidade-berço. Partiu da realidade que “na cidade, já não há, lojas, de marcas âncora”, de que à animação falta “arte de rua”, de “pessoas a cantar e a dançar”, também de “artes performativas” e mesmo da “arte circense que deve ser trazida à cidade”.
Insistindo de que “temos que pensar como não vimaranenses” e perceber porque “os vimaranenses também vão a Braga ou ao Porto fazer compras”.
Aliás, o apelo à “reflexão”, ao “pensar rápido” e até “ao trabalho que os próprios comerciantes devem fazer” foi deixado como importante, de modo a que possa surgir uma alternativa ao actual estado do comércio em Guimarães.
Nuno Duarte, teceu críticas à Polícia Municipal, sempre actuante sobre quem quer “actuar” na cidade, de modo informal, com a alegação de que “não tem a licença que é precisa para usar o espaço público”. Mas também deu respostas ou justificações. Por exemplo sobre as “lojas âncora” que não existem porque “é necessário um espaço de 600 metros ou mais e disso não há, no centro”.

Admitiu poder fazer o vimaranense comprar na sua cidade, fazendo tudo “antecipadamente”, deixando críticas “à concorrência feita pelo mercado de Natal promovido pela Câmara”.
Isilda Marques falou das preocupações que teve em ter uma loja de “franchising” na rua Santo António mas que se viu prejudicada pela saída dos CTT e das promessas de Domingos Bragança de trazer a loja do cidadão para aquele espaço, o que não aconteceu.
Pedro Fernandes deixou a interrogação sobre o percurso dos turistas, desde o Castelo à cidade, sempre feito pela rua de Santa Maria e não pela rua das Trinas. E como os turistas perguntam pela cidade comercial sem que ninguém lhes possa dar resposta.
António Moura defendeu que o Centro Histórico não devia ter trânsito automóvel. “Era uma urgência” – mostrando a sua indignação contra “a velocidade com que os veículos passam na rua Egas Moniz”, e contra “a animação que no Natal vai toda para essa feirinha…” Defendeu também mais música para as ruas, e menos “proibição” da Polícia Municipal a quem faz momentos musicais na cidade; desejando ver “as nossas praças mais apelativas, menos frias”.

“Os vimaranenses que não compram cá porque não temos oferta…”

Rogério Mota, autor de um estudo que enviou a Domingos Bragança, disse que “os vimaranenses que não compram cá porque não temos oferta”, e que “a Câmara devia liderar um plano bem definido e com visão” para a cidade comercial. Concluiu: “se estamos nesta situação, a culpa é de todos”.
Luís Silva criticou a Câmara por, em Azurém e noutras freguesias, autorizar a instalação de lojas comerciais, nos rés-do-chão, de prédios de habitação, considerando a “feira do pão” como local não recomendável “pelos pirilampos ali existentes” e pela falta de luz na cidade, que fica “escura, muito escura”, à noite. Indicou o antigo posto de saúde da Oliveira como “bom” para a loja do cidadão.
Abel Fernandes, gerente do café “Oriental” não deixou de confrontar Domingos Bragança com a ausência de um plano municipal para o comércio. “Vim com a expectativa de que a Câmara trouxesse a solução… isto vai ser possível, aquilo não… aprecio que nos tenha ouvido mas tem de assumir a liderança deste processo”.

© Direitos Reservados

José Pacheco, comerciante da rua Santo António salientou que “neste momento Guimarães não reúne condições para criar uma zona tão ampla sem automóveis, quanto a proposta”. Sobre as cidades europeias, que retiraram os carros da superfície lembrou que muitas delas “têm estacionamento no subsolo que permitem até às pessoas sair dentro das próprias lojas”, tal como “era previsto que o Largo João Franco também tivesse e foi um grande erro não o ter”. Acredita que “o parque de Camões não será suficiente”. Sobre o “estado decadente” do comércio, “já não é de hoje, tem muitos anos”.
Jorge Andrade, proprietário de uma loja na Rua Paio Galvão, falou da concorrência desleal que “há bastante, na feira semanal”, criticando a Polícia Municipal por nada fazer para tirar “os drogados” da Plataforma das Artes.
João Machado incitou Domingos Bragança “a agir e não a reagir” porque “estamos sempre com as mesmas experiências”, aceitando que “uma pista de gelo seja colocada no centro da cidade, em sítio a definir pela Câmara, no período do Natal”.

José Pedro, defendeu que “esta reunião faz sentido, para criar diálogo”, defendendo que a Universidade do Minho, devia ser chamada a fazer “um estudo para identificar a problemática em que vive o comércio e propor sugestões ou medidas, e dar respostas a algumas questões: porque é que a cidade está deserta? Porque é que há pouco dinheiro para gastar? O pessoal é pobre? Porque é que a Câmara resiste a ver animação nas ruas? E porque é que o GTL autoriza que a noite branca se faça na rua e não autoriza que um comerciante tenha uma máquina de finos (cerveja) à sua porta?”.
José Pedro também considerou o corte de trânsito na rua de Santo António e outras “uma ideia interessante”.
Rogério Vieira falou do projecto de incentivo às “lojas mais antigas”, querendo saber em que ponto se encontra.

© 2019 Guimarães, agora!

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1 COMENTÁRIO

  1. De uma vez por todas, passem das palavras aos actos. Cortem o transito nas principais ruas do centro. Nestas ruas só circulam automóveis que andam a gastar gasolina e a poluir o ar. Não é quem passa de carro que vai às compras. Quem compra, é quem anda a pé.

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