O alargamento das instalações vai permitir a produção de fibras vegetais que podem contribuir para o desenvolvimento da indústria têxtil local. E ser um exemplo na economia circular que se pretende estimular no território.
O investimento da Inovafil – empresa do grupo Mundifios – tem uma candidatura no âmbito do PRR, destinada a introduzir novas fibras vegetais como cânhamo e linho na sua produção têxtil.
A empresa submeteu à Câmara Municipal de Guimarães um projecto para a construção de três unidades industriais na freguesia de Selho São Jorge, num total de 80.000m2.
E também a Assembleia Municipal já ratificou a proposta do executivo aprovada por unanimidade numa reunião extraordinária, o que confirma o interesse público desta pretensão.
Este consenso político permite revitalizar Pevidém como área industrial e de inovação, dados os investimentos recentes anunciados por empresas vimaranenses.
“O cânhamo e linho são duas plantas que se dão muito bem aqui na nossa região.”
“O cânhamo e linho são duas plantas que se dão muito bem aqui na nossa região e que podem ser aproveitadas a montante estas produções agrícolas para fibras têxteis, substituindo o algodão” – declarou o presidente da Câmara.
E acrescenta que “a Inovafil é uma empresa que pretende ter em toda a cadeia produtiva um processo vertical, sem ter de importar matéria-prima, o que leva à sustentabilidade dos têxteis, económica, ambiental e financeira”.
Os três pavilhões estão destinados a fiação, tinturaria, novos processos de cotonização e extração de fibras têxteis, englobando ainda espaços de logística, armazenamento e serviços administrativos.
Ricardo Araújo, vereador do PSD, afirma que se trata de “um projecto que prevê um investimento importante e desse ponto de vista mereceu” a concordância da oposição.
A Inovafil pretende ocupar uma área de 110.195,00m2, para a sua unidade industrial na variante de Selho São Jorge numa área maioritariamente de Reserva Agrícola Nacional, conforme o PDM de Guimarães.
Como a área de intervenção está classificada, de acordo com a planta de ordenamento do Plano Director Municipal, publicada pelo aviso n.º 18789/2019 de 22 de Novembro, como estrutura ecológica municipal – nível I, estrutura ecológica municipal – nível II, solo rural – áreas de edificação dispersa, solo rural – espaços agrícolas, e ser ainda atravessada por um colector de águas residuais, uma conduta adutora, uma linha de água, rede rodoviária local.
Justifica a Câmara que “a carta de condicionantes do Plano Director Municipal, publicada pelo aviso n.º 18789/2019 de 22 de Novembro, é a Reserva Agrícola Nacional, uma das condicionantes a par da área de intervenção possuir uma perigosidade de incêndio muito baixa”.
Apesar dessas condicionantes, a área enquadra-se no regime de edificabilidade previsto na alínea a) do número 1 do art.º 47º do Regulamento do PDM de Guimarães. Ou seja, “prevê-se a edificação de instalações de apoio à produção, transformação, armazenamento, comercialização de fibras têxteis derivadas da produção agrícola”.
Como as empresas em causa cultivam, em terrenos próprios ou sobrealugados, produtos agrícolas, nomeadamente cânhamo e linho e destes produto derivam as fibras têxteis que são utilizadas na produção industrial. O projecto estimula assim uma economia circular que assenta desde o cultivo, manuseamento, à fabricação das fibras, provocando o estimulo económico e incentivo na produção agrícola local.
Desta forma, a proposta adequa-se ao critério de excepção previsto no RPDM.
A Inovafil pretende levar a efeito a construção de três unidade industriais para fiação, tinturaria e futuras instalações de aperfeiçoamento de colonização e extração de fibras têxteis, uma área total do terreno de 110.195,00m2, numa área total de implantação de 28.891,70m2 e uma área total de construção de 36.391,70m2 comum, num volume total de 399.230,76m3.
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