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Sexta-feira, Dezembro 6, 2024

Vitória: quando o futebol se cruza com ternura e familiaridade

Economia

A apresentação aos sócios dos rostos para a época 2024/25 foi um momento para registar e recordar.

Por diversas razões:

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  • 1. O plantel continua a ser enriquecido com jovens à procura de afirmação com a consciência de que o clube é o lugar, mais especial, para que o possam fazer com sucesso;
  • 2. O primeiro jogo, com o Rayo Vallecano, uma equipa centenária – da Liga espanhola -, serviu o propósito do teste, de ver e perceber como está a equipa a poucos dias de entrar numa competição europeia; e iniciar uma época interna onde a conjugação de forças se mantém;
  • 3. Os jogadores utilizados deixaram um lastro de competitividade a ter em conta, a sua exibição foi agradável, os novos recrutas mostraram como podem ser úteis ao reforço de um plantel com uma imagem de marca, de guerra, a seguir o exemplo de Jota Silva, um verdadeiro ícone de lutador, incansável na sua entrega ao jogo;
  • 4. Rui Borges, mostrou-se activo na orientação da equipa – mas não teatral – no rectângulo que lhe está reservado, confirmando uma transição sem traumas, e não desfigurando a equipa nas suas bases essenciais, num sistema de jogo que se tem afirmado nas últimas duas épocas. Acrescentar-lhe-á, naturalmente, a sua mais valia, com mais tempo e mais rotinas.

Os vitorianos apresentaram-se em número muito razoável nas bancadas. A apresentação ainda que sem guião fotográfico, permitiu um contacto com um núcleo de sócios que ocuparam a bancada Neno, mais próximos do fim do desfile que levou os jogadores a atravessar o relvado, desde os balneários para o lado oposto, passando pela orquestra, colocada no centro do campo.

Os jogadores foram saindo do túnel, ora sozinhos, ora com os filhos ao colo e ao lado, num ternurento momento familiar, partilhado também com alguns dos sócios a fartaram-se de tirar selfies, registando momentos inéditos e que serão memória futura, graças às tecnologias e aos telemóveis.

Esta ligação de ternura – atleta e adepto – é semente para o apoio que todos desejam dar aos jogadores, para além de exibições e de golos, que estreita os laços familiares a que os adeptos vitorianos habituam o que consideram ser os seus heróis, nos relvados.

A festa do Vitória, incluiu música e fogo de artifício, uma foto de família e foi regada com chuva miúda, prenúncio favorável para uma época que coloque o Vitória na rota europeia, por mais tempo.

Agora, depois da festa a música será outra, numa época novamente ameaçada por uma crise financeira que deixa o clube – sociedade desportiva – sobreviver num mundo de dificuldades reais, de recursos antecipados e que taparam buracos do passado. Um factor que pode levar a prescindir de algumas das suas estrelas – que todos esperam não sejam comercializados ao desbarato, apenas para satisfazer necessidades – prementes – de tesouraria.

E com um plantel ajustado a um nível competitivo que não dá para sonhar – porque o milagre da transformação de talentos nem sempre dá em prestações desportivas positivas, em cenários e provas cada vez mais competitivas.

Veremos como o banho de realismo e de humildade tão necessário a um clube, fortemente fustigado por administrações “políticas” que gastam mais do que aquilo que são capaz de amealhar, é capaz de permitir, depois da recuperação, um novo devir.

E se o tempo de ‘vacas magras’ permite mesmo um racionalismo de gestão consistente e mais duradouro que não tem sido encontrado nesta história centenária do clube, de modo mais prudente. E que nem todos os que são eleitos respeitam.

© 2024 Guimarães, agora!


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