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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Padel: o fenómeno desportivo que “veio para ficar”

Economia

O Padel pode ser descrito como um desporto de raquete, jogado a pares num campo rectangular, totalmente fechado, com topo e laterais em vidro ou alvenaria. O primeiro espaço da modalidade em Guimarães, Top Padel, abriu há mais de seis anos. Desde então, o número de clubes aumentou já para cinco e os praticantes, cada vez mais jovens, multiplicam-se.

Nuno Guimarães, responsável do Top Padel, acredita que o Padel “não é uma moda, é uma certeza”. O gestor do espaço pioneiro em Guimarães refere que, actualmente, se alguém quiser marcar um jogo a partir das seis da tarde, em qualquer centro do concelho, “dificilmente arranja campo” devido à forte procura.

Julien Sionnet e Nuno Guimarães, Top Padel. 📸 GA!

Explica que a modalidade tem crescido e vai continuar a evoluir “devido à abrangência deste desporto em termos de idades, em termos de género, de estrato social”. “Começou numa faixa etária a partir dos 40 anos e agora tem vindo a descer. Já faz parte do desporto escolar, nas escolas secundárias já há o Padel escolar”, explicita. O próprio espaço que gere tem acordos com as escolas para acolher os treinos dos estudantes.

“Os torneios têm sempre muita gente a jogar, a conviver, mesmo no bar.”

Nuno acredita que outro factor que contribui para o “crescimento e enraizamento” da modalidade é “a questão social”. “Tem uma parte social muito vincada, em termos de convívio, os torneios têm sempre muita gente a jogar, a conviver, mesmo no bar”, relata. Segundo o responsável, “há um estudo feito em Espanha que diz que esta modalidade tem uma taxa de reincidência superior a 90%, ou seja, de quem experimenta, mais de 90% voltam a jogar”.

Top Padel 📸 GA!

Pedro Castro começou no Ténis e é agora treinador e apaixonado pelo Padel. É no ASAPadel que pratica e dá aulas, e relata que “é raro que algum aluno desista, é raro haver algum praticante que saia, são pouquíssimos os casos”. “Muitas das vezes até podem vir por moda, outros vêm para praticar desporto, para experimentar, mas acaba tudo por ficar”, reitera.

“No ténis é preciso muito tempo para conseguir trocar umas bolas e aqui, se calhar, numa semana já se está a trocar bolas.”

“O jogo acaba por ser, num nível baixo, fácil de jogar. Comparado com o ténis que, se calhar, é o que está mais aproximado, no ténis é preciso muito tempo para conseguir trocar umas bolas e aqui, se calhar, numa semana já se está a trocar bolas”, sugere Pedro.

Quanto a eventos de maiores dimensões em Guimarães, Nuno acredita que a modalidade “está a crescer para isso” e que a cidade “tem estruturas” para tal. “O pavilhão do Multiusos é ideal para acolher uma prova internacional de Padel, sem dúvida”. No entanto, aponta que “o mais difícil seria arranjar apoios para que tal aconteça. Poderá vir acontecer mas teria que haver uma parceria entre os vários clubes”.

Pedro Castro, ASAPadel. 📸 GA!

O treinador e responsável do ASAPadel concorda que juntar os clubes contribuiria para a criação de uma competição ou torneio de maior escala na cidade. “Se podermos organizar e, ainda por cima, com tantos clubes que já temos em Guimarães que, se calhar, somos das cidades que mais clubes temos (…) porque não? Quanto mais não seja para os praticantes poderem ver como se joga, ver níveis mais elevados”.

Julien Sionnet, treinador/professor na academia do Top Padel, explica que o desporto ainda é considerado semi-profissional, ainda que exista a Federação Portuguesa de Padel, não há um número significativo de jogadores profissionalizados. “Estamos a tentar pegar nos miúdos para, daqui a uns anos, termos o maior número possível de pessoas a jogar nesses níveis mais altos”. O clube acolhe, uma vez por ano, competições da federação que, geralmente, passam por todos os clubes do país segundo um calendário pré estipulado e já acontece há cinco anos.

ASAPadel 📸 GA!

Quanto aos apoios por parte do Município, ambos os clubes revelam que não recebem qualquer tipo de colaboração. “Obviamente que se pudesse colaborar e tudo que venha para evoluir e para melhorar todos os clubes acho que seria bem-vindo, não só para o ASA, como para qualquer clube”, defende Pedro Castro.

Forte presença feminina

Os responsáveis pelos clubes de Padel concordam que as mulheres têm sido muito receptivas a este desporto, representando uma grande percentagem do número de atletas. “O interessante desta modalidade é que andará muito perto de 60-40 ou 70-30 [entre praticantes masculinos e femininos, respectivamente], mas é um desporto que mobiliza muito o público feminino”, expressa Pedro.

📸 Direitos Reservados

“Acho que as mulheres, normalmente, têm dificuldade em encontrar um desporto em que retirem tanto prazer como este”, opina Julien. Não conhecem a causa deste fenómeno, mas é algo que têm vindo a notar tanto a nível da academia, como em torneios e jogos casuais.

“Em Portugal é o segundo desporto com mais crescimento, é um crescimento exponencial.”

“Penso que, tirando o futebol, em Portugal é o segundo desporto com mais crescimento, é um crescimento exponencial”, estima. Em 2021, o presidente da Federação Portuguesa de Padel dizia ao semanário Novo que a selecção feminina portuguesa, além da de Espanha e da Argentina que “levam 30 anos de avanço”, é a “3ª melhor do mundo”.

📸 Direitos Reservados

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