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Quinta-feira, Dezembro 12, 2024

Pedras do Caminho: inauguração ao jeito de acontecimento cultural

Economia

Dinis Ribeiro deixa a sua influência, em Valença, ao participar no programa No Minho não há Aldeia melhor do que a minha, com uma obra identificada com as pedras de Cerdal.


A inauguração teve a encenação de um acontecimento cultural. Não só pela  presença de autarcas, de pessoas e gente da cultura, pela execução musical do maestro Victorino de Almeida. Mas, também, pela encenação interpretada por Capela Miguel a mostrar-se um peregrino andante, fazendo-se ao caminho… até Santiago.

Nessa viagem, de escassos metros que o fez chegar ao conjunto concebido pelo escultor vimaranense, Capela Miguel foi encontrando pedras, imaginando as crianças a brincar com elas, enquanto lembrava que o caminho de entendimento entre os homens e o respeito pelas diferenças, faz jus à memória humana.

Neste breve caminhar entre pedras e por cima das Pedras do Caminho, Capela Miguel lembrou como as pedras podem representar catedrais e vitrais e serem objecto de memórias.

E as suas palavras, viram nas Pedras do Caminho, esculpidas por Dinis Ribeiro “uma esperança no meio do verde da paisagem, na forma de ovos que guardam no seu seio o segredo que nos pode salvar”.

Antes dos discursos e da encenação do momento, a que Gabriela Nunes deu voz, elevando “a imponência firme da pedra”, falando “das pedras que resistem e inquietam” e das “pedras que se abrigam e que se dão”, lembrou que “as pedras abundam na paisagem, agora esculturas e que marcam e nos guiam o caminho de outrora para a modernidade”.

Sim, “as pedras são donas e senhoras deste reino para caminhantes e peregrinos de Santiago”. E “as pedras marcam o caminho, as pedras são o caminho”.

Estava assim justificado, o conjunto de as Pedras do Caminho concebido por um artista que cedo começou a lidar com a pedra, a sua dureza e fortaleza. E a contemplá-la como instrumento e fonte de arte, a afeiçoá-la com as suas ferramentas, dando-lhe vidas e formas.

Dinis Ribeiro, com a forma que deu às suas Pedras do Caminho e às cores que lhe impregnou, quer que os peregrinos não tropeçam nelas, pelo seu tamanho, mas sejam fonte de interrogação e inquietude.

E os amantes da arte, encarem a sua obra, não como “a pedra rejeitada pelo homem” mas “a pedra angular” que pode estimular o caminho do peregrino.

Victorino de Almeida, maestro, músico, – considerado por Capela Miguel como “uma pedra da cultura portuguesa” – voltou a juntar-se a mais uma inauguração de Dinis Ribeiro, dando música a estes momentos culturais, em que a arte marca presença.

No fim de tarde cultural – do último Sábado, às portas da Galiza, entre o verde da meia encosta de São Sebastião, e já perto da Fortaleza de Valença, o autarca José Manuel Carpinteira, presidente da municipalidade de Valença, sentia-se bem na união dos Minhos.

Ali estavam representados o Alto – com os municípios à volta de Valença – e o baixo entre o Cávado e o Ave, num momento em que era visível ver, pela primeira vez, a arte em espaço público.

O autarca de Valença sobre Dinis Ribeiro, disse que “já o conhecíamos e sabíamos da sua criatividade” que fica, assim, a marcar primeira obra daquele Município no espaço público.

“Um artista consagrado e reconhecido que mostra um talento cada vez mais surpreendente”.

Domingos Bragança que esteve na inauguração como presidente da CIM do Ave – Comunidade Intermunicipal do Ave – que está associada ao projecto Minho In, que congrega toda a comunidade minhota, falou sobre Dinis Ribeiro como “um artista consagrado e reconhecido que mostra um talento cada vez mais surpreendente”.

Reiterou que o artista está a trabalhar num projecto que pretende homenagear Vímara Peres com uma estátua, para vincar a história da cidade e a influência daquele Conde que deu nome à cidade.

Helena Mendes Pereira, curadora da exposição e do trabalho de Dinis Ribeiro no âmbito deste projecto, sublinha que no Norte e no Minho, também, há territórios criativos, falando da existência de Cerdal no trajecto dos caminhos de Santiago, como central. E ajuntou que a obra de Dinis Ribeiro encaixa perfeitamente na magia que o caminho de Santiago proporciona, num desafio, permanente, de estar em silêncio.

Bruno Alves, da CIM do Alto Minho sublinhou a importância de os recursos endógenos da região poderem ser alavancados pela arte, num projecto de “paz e de cultura”.

📸 GA!

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